sábado, 29 de dezembro de 2007

Que venha 2008!!!!!

"Mude.

Mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade. Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os teus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda. Durma no outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros, Viva outros romances. Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor. A nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa. Escolha outro mercado, outra marca de sabonete, outro creme dental... tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias. Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores. Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só. Arrume um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano. Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo. E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores, mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda!"
Edson Marques

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Fashion Quiz 2007

Para testar seus conhecimentos sobre o que aconteceu na moda mineira e no resto do mundo durante o ano de 2007, acesse a coluna da jornalista mineira do jornal O Tempo, Natália D'ornellas, que elaborou um quiz muito legal. Mesmo se você não estiver por dentro da moda made in Minas, vale a visita. Boa sorte e divirta-se!!!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Moda ilustrada na prateleira

Ler, ler e ler. Quem gosta de moda tem que ler, e muito. Estar atualizado e bem informado é mais do que obrigação. Para sair do eixo revistas e blogs de moda, abaixo seguem duas dicas de biografias ilustradas:

A ERA CHANEL, de Edmonde Charles-Roux

Novo lançamento da editora Cosac Naify, o livro conta a história da estilista Coco Chanel, desde sua infância pobre em um orfanato até o fim de sua vida na boutique da Rue Cambon, em Paris. Mais do que sua história, o autor também levanta polêmica ao sugerir que Chanel tenha dado apoio aos nazistas durante a Segunda Guerra, sendo este o motivo pelo qual foi exilada da França em 1944, só voltando dez anos depois, em 1954. Mas o melhor mesmo do livro são as fotos e a seleção de pequenas frases ditas por Chanel.


THE AUDREY HEPBURN TREASURES, de Ellen Erwin e Jessica Z. Diamond

O livro, em versões em inglês e italiano, é de dar inveja a qualquer designer gráfico. Além das belas fotos, você encontra dentro de pequenas folhas de seda a reprodução de cartas, documentos, negativos de fotos (!!!), recortes de jornais e contratos relacionados à carreira e a vida pessoal da atriz famosa por Breakfast at Tiffany's. A biografia faz todo um aparado da vida de Audrey, da infância até a luta contra a miséria e pela defesa dos animais.



*Os dois livros você encontra no site da Livraria Cultura.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Factory Girl


Musa do artista plástico Andy Warhol, Edie Sedgwick era o que toda Paris Hilton gostaria de ser. Bonita, com um estilo inigualável e muito polêmica para a época, Sedgwick tornou-se uma superstar ao cair nas mãos de Warhol.

Nascida em Santa Bárbara, na Califórnia, em 20 de abril de 1943, Edie Sedgwick veio de uma tradicional família americana, tendo entre os seus antepassados Willian Ellery, um dos responsáveis pela assinatura da Declaração de Independência dos Estados Unidos e Robert Bowne Minturn, criador do Central Park, em Nova Iorque. Seu pai, Francis Minturn Sedgwick, era fazendeiro e dono de poços de petróleo. Com uma relação familiar tumultuada, Edie perdeu dois dos sete irmãos, que cometeram suicídio: um se enforcou em uma instituição psiquiátrica e outro se jogou de moto em frente a um ônibus nas ruas de Nova Iorque.

Em 1965 Edie Sedgwick abandona o curso de artes na Universidade de Cambridge e volta para NY, onde conhece Andy Warhol em uma festa. Depois disso, começa a freqüentar regularmente The Factory, estúdio de Warhol situado na Midtown Manhattan, freqüentado por personalidades como Truman Capote, Ultra Violet, Mick Jagger, Gerard Malanga, a banda Velvet Underground e muitas outras.

Andy Warhol além de artista plástico, também fazia filmes underground. Após uma pequena participação de Edie em dois de seus filmes, o artista decide dar a ela um papel principal. Surgia Poor Little Rich Girl (Pobre Menina Rica), em que Sedgwick era filmada em seu apartamento, fazendo pequenas atividades do seu dia-a-dia com trilha sonora de fundo de Everly Brothers. Embora os filmes de Warhol não fossem um sucesso comercial, Edie Sedgwick conquistou a mídia com seu incrível estilo, que incluía enormes brincos chandelier, muitas estampas de onça e mini-vestidos. Também fez sucesso ao cortar os cabelos curtos e pintá-los de louro, semelhante às perucas que Andy Warhol usava.

A relação de Edie e Warhol sofre um desgaste quando a socialite conhece Bob Dylan e se apaixona por ele. O músico é suspeito de ser um dos responsáveis por causar intrigas entre os dois amigos. Dylan não gostava do fato de Sedgwick nunca ter sido paga pelos seus trabalhos para o artista pop.

Após gastar toda a sua herança em apenas seis meses (!!!) Edie tem sua fonte de renda cortada pela família e então sua decadência começa. Viciada em drogas, principalmente em heroína, rompe definitivamente com Andy Warhol, que a substitui por Nico, da banda The Velvet Underground. Seu último filme é Ciao Manhattan, de John Palmer e David Weisman, em que conta sua experiência na Factory.

Em 1969 Sedgwick é internada em um hospital psiquiátrico devido ao excessivo uso de drogas. Depois de idas e vindas, casa-se em julho de 1971 com Michael Post, também ex-interno da clínica. No dia 16 de novembro Edie Sedgwick morre depois de ingerir uma dose exagerada de remédios. Tinha apenas 28 anos.


*Quem quiser saber mais sobre Edie Sedgwick é só assistir Uma Garota Irresistível, já disponível nas locadoras. Com Sienna Miller no papel de Edie e Guy Pearce como Andy Warhol.

Ciao Manhattan!

Abaixo você confere trechos do último filme estrelado por Edie Sedgwick, em que ela relata sua experiência na Factory de Andy Warhol.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Led Zeppelin Style

Mais popularmente conhecida como a tríade, a banda Led Zeppelin voltou aos palcos no último dia 10, em um show para apenas 20 mil sortudos na 02 Arena, em Londres. A maior banda de rock and roll dos anos 70 era formada por Robert Plant nos vocais, Jimmy Page na guitarra, John Paul Jones no baixo e John Bonham na bateria, que no show atual foi substituído pelo filho, Jason Bonham.
Com uma formação baseada nos blues, a banda britânica lançou em 1969 seu primeiro álbum, Led Zeppelin, tornando-se uma das responsáveis pelo surgimento do heavy metal ao misturar blues, rock e influências orientais. Até 1979, mais oito álbuns foram lançados. Em 1980 o Led Zeppelin se separou, após um acidente com o baterista John Bonham, que morreu sufocado com o próprio vômito depois de tomar várias doses de vodca.
Além de revolucionar o mundo da música, Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e John Bonham também lançaram um novo estilo de se vestir. O visual meio selvagem, um pouco hippie e muito contestador veio para quebrar a monotonia estética dos Beatles, que havia dominado toda a década de 60, com seus ternos e cortes de cabelos tradicionais. O estilo mais marcante com certeza é de Robert Plant, com seus jeans apertado, sua camisa desabotoada e seus acessórios de prata. Jimmy Page também não fica atrás, com sua famosa calça pata-de-elefante bordada. É, não tem jeito, o rock and roll é, foi e sempre será moda.





terça-feira, 11 de dezembro de 2007

ModelsConnect Magazine


Mais uma edição da revista eletrônica ModelsConnect (adoro!!!). Tem toda a moda de outono que já está rolando pelas ruas de Londres, dicas para superar a ressaca das festas de fim de ano, uma retrospectiva super legal sobre o mundo fashion em 2007 e dois editoriais de moda bem bacanas.
Me leva lá!!!:http://www.mcmag.co.uk/

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Glamour boêmio

O look boêmio é o tema de um dos editoriais da Vogue Britânica do mês de dezembro. O boho look vira obra de arte nas mãos do fotógrafo Mario Testino e da editora de moda Lucinda Chambers. A modelo Sasha Pivovarova, rosto da Prada por cinco coleções consecutivas (!), encarna o papel boêmio com perfeição. O caos é a regra, e a moda assume uma estética avançada.






quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

O estilo Sienna de ser

Poucas artistas hoje em dia possuem o mérito de serem bem-vestidas por si próprias. Sienna Miller com certeza é uma dessas atrizes que serve como fonte de inspiração para stylists do mundo inteiro. Nascida em Nova Iorque, filha de um banqueiro e de uma diretora de teatro, mudou-se cedo para a Inglaterra.
Sua primeira experiência profissional foi como modelo, fotografando campanhas para Coca-cola, Prada, Vogue Itália e o famoso calendário Pirelli. No cinema, sua estréia foi no filme South Kensington, em que faz uma pequena participação, sendo identificada nos créditos como Sienna Rose. Mas ficou mesmo conhecida depois de filmar Alfie com Jude Law, seu futuro marido, que mais tarde a trairia com a babá de seu filho com a ex-mulher, Sadie Frost. Atualmente arrancou elogios da crítica com sua performance em Interview, filme em que interpreta uma atriz viciada em festas, malboro light e coca-cola.(Qualquer semelhança com fatos reais é pura coincidência).

Mas Sienna Miller atrai paparazzis mais por seu estilo forte e diferenciado do que por seu trabalho como atriz. Capaz de combinar peças como ninguém, montou com a irmã Savannah a grife Twenty8twelve (vale a pena clicar aqui para ver o site!). Seus looks são sempre cheios de informação de moda e ao mesmo tempo despojados, capazes de resistir a várias estações. Confira abaixo o estilo Sienna de se vestir.




quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O glamour do brilho

A edição de dezembro da Vogue Britânica é toda dedicada ao glamour. Com Sienna Miller na capa vestindo um vestido de tule bordado com cristais Dolce&Gabbana,a edição ainda conta com dois ensaios irresistíveis estrelados por Kate Moss e Naomi Campbell. Mas uma matéria chama atenção: intitulada Flash Points, a repórter Bethan Cole traça toda a história das lantejoulas.

Chanel e Poiret foram os primeiros a usarem lantejoulas em suas roupas. Josephine Baker, socialites e dançarinas usavam-nas como forma de atrair olhares impressionados com o seu brilho. Em Hollywood, o figurinista Adrian usa e abusa das lantejoulas nos figurinos usados por Joan Crawford.

Mas é nos ano 70 que a lantejoula vira moda e passa a ser símbolo de uma década, através da cultura disco e pop, em que o artista David Bowie veste macacões de Kansai Yamamoto. Nos fim dos anos 80 e início dos 90, Tom Ford, Gianni Versace e Thierry Mugler não esqueceram do glamour das lantejoulas e continuaram usando-as em suas coleções.

Atualmente jovens designers como Olivier Theyskens e Matthew Wiliamson são conhecidos por suas paixões pelo brilho das lantejoulas.

O começo de tudo: as lantejoulas na década de 30


Em 1996, o uso das lantejoulas em formato grande.


Bianca Jagger na década de 70


O uso do brilho também nos acessórios



Em 2007, o robe de Chanel vestido por Keira Knightley

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

O Fantástico mundo de Adriana Barra


Os fãs de Adriana Barra não podem deixar de acessar o site da estilista, e se deliciar não só com suas criações, mas com toda uma filosofia "Adriana Barra" de viver. Muito além de suas roupas, o espaço conta com um diário de viagens, em que Adriana relata sua experiência em países como Inglaterra e Tailândia. Tem também o Have Fun, onde é só clicar para se divertir! O mais bonito mesmo é a montagem de fotos do fundo do site, que muda de acordo com o assunto escolhido.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Retro 40

Mal chegamos na primavera e os fashionistas já se reúnem para discutir o que será moda nas próximas coleções de Outono-Inverno 2008. De acordo com o jornal inglês The Daily Mail, o look must-have da estação é todo inspirado nos anos 40. Incluindo o cabelo ondulado suavemente preso em um coque acompanhado do marcante batom vermelho. O vestido de manguinhas com o comprimento logo abaixo do joelho tem a cintura bem marcada e deixa as mulheres bem femininas. Nos pés, escarpins com bico arredondado. Para conferir as dicas de quatro londrinas apaixonadas pelo vintage dos anos 40, clique aqui.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Gisele aos 15

A grife mineira Patachou, na coleção Primavera-Verão 95/96, apostou suas fichas em uma modelo em início de carreira, de apenas 15 anos, ninguém mais, ninguém menos que Gisele Bundchen. Abaixo seguem algumas fotos do catálogo, uma raridade redescoberta por esta blogueira, que coleciona catálogos de moda desde que se entende por gente. Fotografada por Bob Wolfenson, esta campanha também apostou em um outro talento em ascensão: a coordenação foi toda feita por Ana Luiza Magalhães, nova estilista da Maria Bonita Extra.





domingo, 18 de novembro de 2007

Victoria's Secret Show

Na última quinta-feira a Victoria's Secret lançou mais uma coleção no Kodak Theatre, em Hollywood. Com lingeries temáticas, com temas como tigres, zebras, melindrosas e cyber-models, as tops brasileiras Isabel Goulart, Alessandra Ambrósio, Adriana Lima e Isabeli Fontana foram outra atração à parte. Para completar, show das Spice Girls, que retornaram em grande estilo.




sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Dupla imbatível

Pra não dispensar o vestido em dias de frio, uma boa opção é usá-lo com meia-calça preta. O look estava presente na última festa de gala da Vogue, aquecendo as pernas das convidadas em grande estilo. Para conferir o restante das fotos, clique aqui.


quinta-feira, 8 de novembro de 2007

O Jeans nosso de cada dia


Um exemplo da relação estilo e moda é o jeans. Criado em 1850 pelo americano Lévi-Strauss, o jeans surgiu da necessidade de uma roupa mais resistente pelos trabalhadores das minas do oeste americano. Levi Strauss confeccionou duas ou três peças reforçadas com a lona que possuía, deu-as aos mineradores e o sucesso foi imediato. Altamente resistente, as peças não estragaram com facilidade. Estava criado o jeanswear, o estilo reforçado de confecção, o qual foi originalmente destinado a roupas de trabalho. A partir de então, cada vez mais os trabalhadores utilizavam o jeans para exercer suas tarefas mais árduas e de exigência física. Entretanto, o jeans só passou a ser utilizado no dia a dia, já no século XX.
Com seu aparecimento no cinema, encabeçado por James Dean e Marlon Brando, a roupa começou a associar-se ao conceito de juventude rebelde, conquistando este público. Cowboys de asfalto com suas Harley-Davidsons aterrorizavam a Califórnia. Elvis Presley em 1957 já usava seu jeans, e desde então rock e jeans são inseparáveis. Novas modelos como Marilyn Monroe e Jayne Mansfield também usavam jeans apertado para mostrar como uma trabalhadora tradicional poderia ser sexy. Há também o aparecimento do movimento hippie, que adotou o jeans por sua funcionalidade e seu baixo custo. Jaquetas e calças jeans viraram febre para uma juventude independente que se reunia e celebrava seu estilo de vida em festivais de rock como Woodstock e Monterey.
O jeans só chegou a conquistar o restante da população após a proliferação social do seu conceito como roupa despojada e do cotidiano, sem perder seu charme e elegância. Consagravam-se os gigantes do jeans, como Levi’s, Lee e Mustang.
Calvin Klein foi o primeiro estilista a colocar o jeans na passarela. Foi na década de 70 e isso provocou os mais conservadores. Mesmo assim foi seguido pelos demais estilistas da época e o jeans definitivamente conquistou seu espaço na sociedade.
A comodidade e a praticidade que o jeans proporciona, aliadas a sua fácil manutenção foram definitivos para sua fixação como vestuário básico. Numa época em que estamos cada vez mais sem tempo livre esses fatores são fundamentais.
Percebe-se também a introdução e continuidade do jeans nos ambientes de trabalho mais formais, em escritórios, grandes empresas e instituições financeiras, principalmente após a instituição da sexta-feira como o “Casual Day” e muitas vezes a abolição total da obrigatoriedade do uso de terno e gravata.

VALOR DE CONSUMO X VALOR ESTÉTICO

Atualmente o jeans é mais um exemplo dos paradoxos da moda. Elevado a categoria de roupa de luxo, deixou para trás suas raízes proletárias e chega a custar mais de R$ 1 mil. Dotado de um grande valor estético desde sua criação, o jeans hoje destaca-se mais pelo seu valor de consumo. O consumidor, ao comprar um jeans de luxo, além de manifestar sua individualidade estética, está também adquirindo status. Uma prova dessa busca incessante por status é que o jeans de luxo, nos últimos quatro anos, foi a categoria de vestuário que mais cresceu comercialmente, de acordo com uma pesquisa realizada pelo NPD Group, de Nova York. Nada mais natural em uma cultura de massa que valoriza o superficial, o consumismo, o materialismo e, acima de tudo, a aparência. Muniz Sodré, em seu artigo “O olhar da grande distinção”, cita a inauguração da megaloja Daslu, em São Paulo, para ilustrar essa relação entre valor de consumo e valor estético. Segundo o jornalista, o que a cliente da Daslu busca é a distinção da massa. E afirma: “Ao pagar 5 mil reais por um jeans ou mesmo 30 reais por uma hora de estacionamento, o que de fato se está comprando é um reconhecimento distintivo”. E o valor de consumo, juntamente com o valor estético nada mais é do que esse reconhecimento distintivo.


JEANS: CULT OU KITCSH?

O Kitcsh é um fenômeno universal, assim como o jeans. Ambos exprimem uma maneira de ser, um estilo. A palavra Kitcsh, originalmente alemã, designa uma negação do autêntico, uma opulência de meios para negar essa autenticidade. Atualmente, como um reflexo da indústria cultural, esse objeto kitsch nada mais é do que um produto para ser consumido. O jeans, através de bricolagens, customizações, releituras e reciclagens adquire um status kitsch, pois rompe com o autêntico e mistura valores culturais, criando um estilo peculiar.
Mas pode o jeans ser cult? Atualmente, o jeans já pode ser visto como um objeto cult. A Forum foi uma das primeiras grifes brasileiras a dar ao jeans esse status, ao lançar o livro, "Photojeanic - The Cult Jeans", em que uma constelação de fotógrafos nacionais e estrangeiros clicou modelos históricos de jeans obtidos de colecionadores.
Cult ou Kitcsh,a veneração, o culto, a importância histórica, social e cultural do jeans persiste até os dias de hoje, e a tendência é se tornar cada vez mais forte.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Tomara que caia!!!

Mais uma nova tendência londrina que para nós não é nenhuma novidade: o tomara-que-caia. Seja em vestidos ou blusas, a dica é colocar com um bom sutiã por baixo e caprichar nos acessórios. Se você não se sente segura usando este tipo de blusa ou vestido, coloque um top de alcinha estampado ou colorido por baixo e aproveite!

sábado, 3 de novembro de 2007

Moda e Guerra na França

A Segunda Guerra foi a comprovação que os franceses e o resto do mundo precisavam para entender a importância da moda na sociedade francesa. Durante a ocupação alemã nos anos de 1940-1945, os franceses resistiram bravamente e criativamente às tentativas alemãs de dominação. Depois de terem o controle da política e da economia francesa, os alemães se lançaram em busca daquilo que os franceses tinham de mais precioso: a moda. Com o objetivo de transformar Berlim na capital mundial da moda, os alemães usaram de várias estratégias para atrapalhar o trabalho da alta costura francesa e controlar a moda na Europa. Estratégia estas que incluíam proibição de materiais específicos, como couro e lã, redução da metragem de tecido, que passou a ser um terço da habitual, e até mesmo um vale-vestuário, que permitia a troca por meias, blusas e calças.
Acima, costureiras remendam meias. Abaixo, posto de trocas de roupas velhas por pontos têxteis no vale vestuário.

Entregue aos inimigos, os franceses começaram a usar do improviso para se vestir. A utilização de retalhos foi uma das saídas encontradas pelas donas de casa para a escassez de tecidos, assim como roupas velhas e usadas tornaram-se novas com o talento das costureiras francesas. O jornalismo de moda teve grande importância no período, pois ajudava as donas de casa com dicas e conselhos. Revistas como Figaro, cujo editor se negou a ceder ao controle alemão, insistia em um guarda-roupa que durasse mais que uma estação, com peças que fossem intercambiáveis e confeccionadas com o mínimo de tecido possível. E por incrível que pareça, estes conselhos são muito aplicados nos dias de hoje, principalmente por aqueles que não tem condição econômica de estar mudando o guarda-roupa a cada estação. Com a restrição de tecidos e a pouca variedade de roupas, os acessórios ganham espaço e passam a ser destaque no visual. Os chapéus são febre em Paris, com modelos extravagantes e algumas vezes até de gosto duvidoso.
Chapéus extravagantes são a saída das francesas para valorizar o look.
No que diz respeito aos tecidos, devido ao armistício, que previa a entrega de lãs e produtos acabados à Alemanha, as fibras artificiais como o raiom e a fibrana ganham espaço e fazem grandes progressos. O plano Kehrl estimula o uso de matérias-primas como a madeira e a celulose na indústria têxtil, e a falta de seda faz com que o uso de seda sintética seja difundido, além do uso de tecidos fabricados a base de viscose e de acetato para substituir a lã pura. Os jornais da época questionaram o uso desses materiais, com enquetes a respeito do futuro do vestuário francês. “Nos vestiremos amanhã com bambus de Provence?”, perguntava o periódico Matin.
A ditadura alemã foi tamanha que chegou a estabelecer um código de normas a serem seguidos pelos estilistas da alta costura francesa. Neste código, itens como um modelo que contenha renda, um modelo inteiramente feito de renda, um modelo com o tule como tecido principal e 10% dos modelos com bordados, eram seguidos à risca pelos criadores franceses. Os peleteiros, única mão de obra capaz de fabricar casacos, luvas e roupas quentes para os soldados foram a chamada exceção da regra durante a ocupação alemã. Sendo todos judeus, um código também foi criado pelo ocupante, permitindo que os judeus peleteiros trabalhassem normalmente.
Com o fim do conflito, o fenômeno da moda não tem a mesma significação que em 1939. A moda se democratiza, e passa a ser não só um privilégio da classe mais alta da sociedade. O feito sob medida não é mais a sua única vertente. Surge uma moda feita para o cotidiano, mais prática e funcional. A alta costura começa a dar lugar ao prêt-à-porter, que anos depois superará o trabalho “feito à mão”. Mais do que uma vitória da indústria da moda, tem-se uma vitória da cultura francesa. A moda passa a ser um patrimônio cultural da sociedade francesa. Uma prova de que nada no mundo rouba ou se apropria do conhecimento e da tradição de um povo.

Vestuário típico francês durante a Segunda Guerra: sapato plataforma, bolsas práticas e motivos florais.

Me leva lá!!!: Quem quiser saber mais sobre o papel da moda na França durante a Segunda Guerra, uma boa dica é o livro Moda e Guerra - Um retrato da França ocupada, de Dominique Veillon. Disponível no site da Livraria Cultura.