Segundo Clarice, “definir é sempre difícil, perigoso e, algumas vezes, pedante”. Por isso, preferia pensar mais na finalidade da moda do que em seu conceito. Não que ela fosse uma preocupação constante em sua vida, mas como falar do mundo feminino sem falar de moda? Como construir personagens tão ricas sem pensar nas suas influências culturais, no seu comportamento, no seu modo de vestir? Para conhecer o lado “frívolo” de Clarice, (se é que é possível alguém como ela ter qualquer vestígio de frivolidade), um dos caminhos é se deliciar com o livro Correio Feminino, da editora Rocco, em que uma série de pequenos textos escritos sob pseudônimos durante a década de 60 para páginas femininas de jornais como Comício, Correio da Manhã e Diário da Noite foram reunidos. Neles Clarice dá dicas de como ser uma mulher moderna, como cuidar da casa e até como arranjar um marido! No que se refere à moda, a escritora insiste em qualidades como a discrição (“Não saber parar de se enfeitar é como não saber parar de comer. Só que, na elegância, a indigestão é dos olhos”), feminilidade (“Até hoje não conheci um só homem que não confessasse preferir a feminilidade a todas as demais virtudes da mulher”) conforto (“Quem pode sorrir espontaneamente quando a cinta está tão apertada que quase tira o fôlego?”) e principalmente, inteligência.
"Andem na moda, claro! Adotem penteados, pinturas, adereços modernos! Mas modernizem, antes de qualquer coisa, a sua mentalidade!"
"Andem na moda, claro! Adotem penteados, pinturas, adereços modernos! Mas modernizem, antes de qualquer coisa, a sua mentalidade!"
Nenhum comentário:
Postar um comentário