quarta-feira, 23 de abril de 2008

Sonho Dourado

Mais uma da última edição da revista do Itaú Personnalité (ótimas matérias!). Na reportagem Sonho Dourado, Renato Imbrosi relata todo o seu trabalho de orientação das comunidades dos Tocantis responsáveis pela fabricação dos objetos feitos de capim dourado. O designer têxtil foi o primeiro a ministrar uma oficina para os moradores de Mumbuca, com o intuito de variar o artesanato de grande potencial feito por eles. O que de início eram apenas cestas e chapéus trançados com o reluzente capim, depois da oficina passaram a ser também pulseiras, brincos, colares, jogos americanos e até pratos.
O capim dourado é a principal fonte de renda das famílias do sul do Estado do Tocantis. Todo ano elas viajam cerca de 12 horas para o Cerrado, onde coletam o capim, entre os meses de setembro e outubro. O material deve durar o ano inteiro, e o capim só pode ser retirado da terra depois que as flores já nasceram, para garantir a sua reprodução. O negócio deu tão certo que o material é super disputado, com caminhões vindo de São Paulo até o Estado para recolher o capim, embora a sua venda in natura seja proibida. Outra matéria-prima importante na confecção das peças é o buriti, aquela linha mais clarinha usada para costurar o capim. Retirada das folhas ainda não verdes, é desfiada e colocada ao sol para secar.
O capim dourado pode ser encontrado na maioria das cidades brasileiras, e até no exterior. E o projeto desenvolvido por Renato pode virar modelo para muitas comunidades carentes por aí. É só querer.



*Fotos de Luciano Cadisani

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