Em entrevista à segunda edição da revista Itaú Personnalité, o filósofo francês Gilles Lipovetsky, autor dentre outros de O Império do Efêmero (leitura fashion obrigatória), expõe suas idéias sobre o luxo. O mais interessante é que, pelo menos para a maioria das pessoas, o luxo é visto como algo inatingível, acessível para poucas pessoas e diretamente ligado ao desperdício. Lipovetsky vai contra esses pensamentos, e define o luxo como "a expansão da existência", "a paixão de sempre poder fazer coisas novas", "a vida". Acha que a contemplação do belo é algo legítimo e que o problema do luxo acontece quando uma cultura valoriza mais o consumo do que o processo criativo. Para ele, o luxo extremo é aceitável quando beneficia o coletivo, não só um indivíduo. Cita a arquitetura como exemplo, e a compara aos palácio de antigamente. Lipovetsky também afirma que atualmente o indivíduo é mais importante do que a classe social, por isso o interesse em tratamentos estéticos, a obsessão pelo corpo e pela juventude. E quando perguntam-no se dinheiro traz felicidade, responde que de uma certa maneira, sim. "Nos países ricos se é mais feliz que nas regiões miseráveis da África, onde as pessoas morrem de fome, não estudam, não têm proteção". Mas que depois de um certo nível, nada muda. E defende a constante necessidade humana de criar e inventar. "Isso não traz forçosamente a felicidade, mas você escapa da angústia do vazio, da morte".
Um comentário:
concordo em gênero, numero e grau.
Muito boa a leitura :)
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